segunda-feira, 3 de outubro de 2011

 Correndo de mim mesma e depois me perseguindo, para lembrar quem sou. Tentei esquecer a dor e implorei para senti-la novamente, reconhecer-me.

Quem seria eu se não sofresse? Pergunto-me o que deveria sentir ao perceber que ainda espero por teu toque sobre meus ombros gélidos. Desamparo ou alívio? Essa dor continua a corroer-me por dentro, os sinais são os mesmos e eu carrego a mesma cruz, marcada com a mesma maldição.

A dor, o sangue, as lágrimas. O sol sobre a pele e o canto do pássaro penetrando meus tímpanos. São todos bençãos, lembrando-me constantemente da vida em mim, que sempre penso não mais existir. Os abultres que me observam de cima, cumprindo seus deveres, contribuindo, enquando amaldiçoados e incompreendidos. A rosa e seus míseros espinhos.


 Mas as pessoas e a promessa de que tudo acabará bem me mortificam. Como pode tudo acabar bem se o vazio em mim não se preenche e não há sinal de tua vinda? Meus ombros permanecem gélidos e minhas lembranças dolorosas.  Ai de mim quando abro os olhos e permaneço trancada em minha torre, a espera de alguém que nunca vem. Ai de mim quando há tantos a minha volta, absorvendo-me e arrastando-me.

Leve-me para casa antes que me perca aqui.