“this storm of thorns is growing ....[hate me]
there's no end in sight
chaos claws my jaw
and incites a mental riot”
chaos claws my jaw
and incites a mental riot”
Não reconheço a pessoa refletida no espelho. Meu rosto desfigurado pela mágoa e pelo cansaço.
“Eu odeio a minha vida”
Tranco a porta, apago as luzes e fecho a janela, não preciso ver nada ao redor, apenas o ódio dentro de mim. Concentro-me no sentimento corrosivo subindo de meu peito à minha garganta.
“Eu odeio a minha vida”
O pior é não saber se realmente o sinto ou se é apenas mais um sintoma da doença. Quantas das coisas que eu sinto são verdadeiras? E se nenhuma for? Contorço-me em agonia, apertando meu estomago que parece sustentar o vácuo. Os piores pensamentos envolvendo minha mente em uma névoa escura. Por que com isso me sinto em casa?
“EU ODEIO A MINHA VIDA”
Tudo me machuca, não há um lugar seguro. Não há braços me amparando quando eu caio, não há o calor envolvendo-me o peito gélido. Eu sou a única pessoa que me toca.
“EU ODEIO A MINHA VIDA”
Todos me odeiam, todos me desprezam.
É difícil respirar, mas prefiro assim a ter aquele sentimento tão passageiro e ser derrubada brutalmente ao chão em segundos. Ao menos a dor é constante e é verdadeira. Ninguém vai roubar a dor de mim como roubam a felicidade.
Comemoro a única e densa lágrima que escorre por minha face. Mesmo que seja só uma, é uma vitória poder tirar qualquer coisa de dentro de mim.
Ignoro a voz que me chama do lado de fora. Mesmo que quisesse, seria impossível responder. Estou presa dentro de meu próprio inferno.
“Enterrado vivo em território inimigo – ENTERRADO VIVO”
Eu queria que me olhassem nos olhos e me vissem gritar em dor. Eu queria que fossem capazes de me ouvir. Agora eu quero poder não querer mais. Quero ser capaz de conviver com a minha dor, sem precisar de ninguém. Quero que parem de abusar de mim só porque não sei responder.
“Enterrado vivo em território inimigo – ENTERRADO VIVO”
Enquanto sou forjada a ferro e fogo para tomar uma forma que jamais será a minha, penso mil vezes em escapar, de mil maneiras diferentes. Qual doeria menos e qual faria menos sujeira? Eu quero que todos morram. Eu quero ser a única a morrer. Quero fechar meus olhos e entrar em coma.
Mas um grito, um sorriso, um sinal, me tirariam do transe com a mesma facilidade com a qual me jogaram nele. Por isso meus desejos não possuem valor, assim como minhas palavras. Por isso ninguém acredita quando digo que estou agonizando.
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